Na história do protestantismo histórico, pentecostal e neo-pentecostal no Brasil a maioria das igrejas evangélicas não reconheceram o sacrifício de Jesus Cristo na cruz do calvário, que nos trouxe o efeito igualador do evangelho, reservando às mulheres de Deus um papel secundário, em que na adoração pública só podiam e/ou podem atuar:
.na cantina;
.na cozinha;
.no serviço social;
.no círculo de oração;
.no toque de instrumentos musicais;
.no solo de músicas;
.no canto em corais;
.na regência de corais.
No entanto, sempre tivemos nas igrejas evangélicas mulheres de Deus que tiveram os seus ministérios abafados por homens que proibiram-nas de exercerem o chamado de Deus para: .
. dirigir igrejas;
. dirigir cultos;
· ser pregadoras;
· ser ensinadoras;
· ser diretoras de institutos bíblicos;
· ser missionárias;
· ser diaconisas;
· ser presbíteras;
· ser evangelistas;
· ser pastoras.
Porém, essas mulheres de Deus não se conformaram com esses impedimentos. Mesmo sendo consideradas cidadãs do céu de segunda categoria, na adoração pública, para esses homens; elas se posicionaram e, proibidas de terem títulos dados por homens; mesmo na cantina, na cozinha, no serviço social, no círculo de oração, no toque de instrumentos musicais, no solo de músicas, no canto em corais e na regência de corais; exerceram as funções de dirigir igrejas, dirigir cultos, ser pregadoras, ser ensinadoras, ser diretoras de institutos bíblicos, ser missionárias, ser diaconisas, ser presbíteras, ser evangelistas e ser pastoras.
Uma dessas mulheres foi a minha vovó (1903-1987) que aceitou Jesus Cristo, se batizou e serviu a Deus na Assembléia de Deus de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, que tinha como Presidente, o Pr. Samuel Nyström e como Vice-Presidente, o Pr. Cícero Canuto de Lima e; de acordo com I Tm. 3. 1-13 e At. 6. 1-7, aspirou ao episcopado e reuniu as principais características para o exercício dessas funções como: tinha boa reputação, era cheia de sabedoria, era cheia do Espírito Santo, era irrepreensível, era apta para ensinar e era hospitaleira.
Ela tinha todas as qualificações exigidas pela Bíblia Sagrada para o recebimento de todos os títulos dados a meu vovô Pr. Isidro de Moraes, entretanto, pelo fato de ser mulher foi impedida por homens de os receberem; mas os recebeu de Deus que a escolheu e a capacitou como PASTORA MERCEDES DE MORAES para:
· dirigir uma congregação da Assembléia de Deus de São Cristóvão, na favela de Jacarezinho, no Rio de Janeiro; em parceria com o Pr. Isidro de Moraes;
· dirigir os cultos do Círculo de Oração da Assembléia de Deus de Jacarezinho, no Rio de Janeiro que, com o crescimento, recebeu a independência da Assembléia de Deus de São Cristóvão;
· pregar a Palavra de Deus nos Círculos de Oração e nas Uniões Femininas de várias denominações;
· ensinar a Palavra de Deus na Escola Bíblica Dominical, na Escola Bíblica de Férias, em Grupos de Estudo nos lares, etc.;
· ser missionária, sendo escolhida pelo Pastor e Missionário Eurico Bergstén para liderar a implantação de um movimento social na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, financiado pela Finlândia; de distribuição de sopa para os moradores em geral; tendo inclusive a responsabilidade de expandir para outras favelas do Rio de Janeiro esse movimento social que matou a fome de muitas famílias;
· ser diaconisa, como responsável pelo serviço social da Assembléia de Deus de Jacarezinho, no Rio de Janeiro que, entre tantas atribuições; preparava a sopa para ser servida aos moradores;
· ser presbítera, como responsável por dirigir o Círculo de Oração da Assembléia de Deus de Jacarezinho e coordenar as funções das demais mulheres que a assessoravam em Cultos de Bebê, Cultos nos Lares, Visitação dos membros, etc.;
· ser evangelista, dirigindo as reuniões que antecediam a distribuição da sopa com uma palavra de ânimo, coragem e reação aos moradores; para que eles e elas se conscientizassem dos seus direitos e deveres políticos;
· ser pastora, visitando o rebanho, apascentando o rebanho e protegendo o rebanho que Deus entregou em suas mãos.
A Prª. Mercedes de Moraes foi uma mulher politizada que não se intimidou com as proibições de homens para o exercício de seu ministério e influenciou homens em relação à necessidade de ordenar as mulheres de Deus que aspiram ao episcopado.
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