6 de out. de 2009

GUNNAR VINGREN ENXERGOU FRIDA VINGREN COMO UMA MULHER CAPAZ DE PREGAR, ENSINAR, DOUTRINAR, ...

No Protestantismo Pentecostal vários homens de Deus valorizaram mulheres de Deus numa época em que a maioria dos homens defendiam e/ou defendem que, na igreja:
.as mulheres só podiam e/ou podem testificar;
.as mulheres não podiam e/ou não podem pregar, ensinar e doutrinar;
.não era e/ou não é justo que a mulher tenha a função de ensinadora e/ou pastora de uma igreja, a não ser que não existam homens capacitados para ensinar e/ou pastorear (1).

A história de um desses homens está registrada em Diário do Pioneiro que relata a luta de Gunnar Vingren pelo reconhecimento do ministério da mulher.

Gunnar Vingren fundou as Assembléias de Deus no Brasil em 18 de junho de 1911, em Belém, no Pará; juntamente com Daniel Berg. Em 16 de outubro de 1917, em cerimônia oficiada por Samuel Nyström, Gunnar Vingren e Frida Vingren; que foi a primeira missionária sueca enviada para o Brasil, casaram-se em Belém. Tiveram seis filhos: Ivar, Ruben, Margit, Astrid, Bertil e Gunvor.
Gunnar Vingren fundou os jornais Boa Semente, em 1919, no Pará, O Som Alegre, em 1929, no Rio de Janeiro e o Mensageiro da Paz, em 1930, na 1ª Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, em Natal; como resultado da fusão dos dois primeiros jornais.

Além do pastorado de 14 anos na Assembléia de Deus de Belém, Vingren pastoreou a Assembléia de Deus de São Cristóvão, de 1924 a 1932, no Rio de Janeiro.

Gunnar Vingren era fervoroso defensor do ministério da mulher na igreja e para que existisse a valorização da mulher, foi capaz de:
· enfrentar o celebrante de seu casamento, Samuel Nyström, Daniel Berg e Simon Lundgren; que eram contrários a ordenação de mulheres;
· em 1925, ordenar a 1ª mulher, Emília Costa, como diaconisa na Assembléia de Deus de São Cristóvão;
· liderar um movimento entre os pastores nos eixos: Belém, São Paulo e Rio de Janeiro, em favor do ministério da mulher;
· defender na 1ª Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, em 1930, a ordenação de mulheres.

Em função de sua coragem em enfrentar os seus opositores: sem medo de defender os seus argumentos, sem medo de perder a Presidência da Igreja, sem medo de não ser eleito para a Presidência da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, sem medo de desagradar famílias importantes da igreja, etc.; Vingren não ficou apenas no discurso: a sua relação com a sua mulher, Frida Vingren, na direção dos jornais, das igrejas, dos evangelismos, etc.; era de parceria na realização da obra de Deus.

Frida Vingren teve total liberdade para exercer o ministério que Deus a tinha dado, desempenhando as seguintes funções:
1. dirigiu o jornal O Som Alegre;
2. foi a única mulher a escrever comentários da revista de Escola Dominical: Lições Bíblicas;
3. foi autora de hinos da Harpa Cristã;
4. escreveu artigos e poesias no jornal Mensageiro da Paz;
5. dirigiu cultos na Assembléia de Deus de São Cristóvão;
6. dirigiu cultos ao ar livre nas praças do Rio de Janeiro;
7. participou da 1ª Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, em 1930 (1).

Gunnar Vingren poderia...
.
ter cedido ao preconceito contra o ministério de Frida Vingren;
.ter mantido o ministério de Frida Vingren abafado, como o de UMA MULHER DE DEUS QUE NÃO ACEITOU TER O SEU MINISTÉRIO ABAFADO POR HOMENS DE DEUS, sob a justificativa de que não teria como mudar a cabeça de seus opositores;
.ter desistido de lutar pelo ministério feminino para não ficar mal com os seus opositores;
.ter se omitido de defender o ministério feminino na 1ª Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, em 1930, para que não viesse a público as divergências entre os principais líderes das Assembléias de Deus;
.ter se conformado com a proibição determinada pela Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, e não ordenar a diaconisa Emília Costa.

No entanto, Gunnar Vingren, o marido de Frida Vingren, demonstrou ser um homem de Deus ao enxergá-la como:
.pregadora, por pregar nos cultos da Assembléia de Deus de São Cristóvão e nos cultos ao ar livre, das praças do Rio de Janeiro;
.ensinadora, por ensinar a Palavra de Deus através de poesias, hinos e artigos;
.doutrinadora, por ser a única mulher a escrever comentários da revista de Escola Dominical: Lições Bíblicas.